a voz do desabafo

"Perdi o meu incentivo de acordar todos os diasE não ter minha dose diária de alegria. É isso que aconteceu. Fiquei viciada na alegria, e cada vez quero mais, e enlouqueço se viver sem.Preciso desesperadamente dessa substância dominando e queimando..em minhas veias.Porém,infelizmente essa alegria só é liberada por uma pequena e significativa coisa: amor.

Sim, o amor é uma droga, literalmente. Não existe essa coisa de ter uma vida antes ou depois dele. Só há o durante, e nada mais. Você descarta a possibilidade de ter tido um começo, e adepta-se ao impossível fim. Porque não tem pé, e muito menos cabeça.E como a cocaína, você se torna dependente desta droga. Quando faz uso dela, a felicidade é tão delirante que até se esquece dos problemas que virão com a ausência desta. Além dos problemas que virão com a ausência dele!Sim, dele.O pródigo amor.E basta apenas uma dose. Segundos ou menos. E você já esquece que teve, que tem uma vida, e vive por.Chora por.Enlouquece por.Morre por.E não há outra volta. A não ser que combata-se com outra droga, o que o leva direta e imediatamente para reiniciar todo este labirinto, mais uma vez.

Tornei-se escrava do meu próprio prol.E é desta forma que eu estou. Sem poder recorrer a droga, sem poder manifestar um desejo por ela, por causa de um vírus chamado orgulho. E permaneço dessa maneira, em uma suplícia abstinência.Enfim, o ser humano não é feito somente de carne, mas também de sonhos..e desesperos."

Luna Moonares

... this is how I feel ...

Adianta ser otimista?


Esta pergunta ainda insiste em surgir em seus pensamentos.

Cansada, muito cansada de tudo o que acontece ao seu redor que até o direito de sonhar é renegado. Sonhar torna-se sinônimo de iludir-se e consequentemente, o par perfeito do tão famoso 'sofrimento'.

Difícil, muito difícil encarar os dias com os pés mais do que firmes no chão sem se permitir um mínimo de fuga da realidade já que é de plena consciência que quanto mais alto for, maior será a dor da queda.

Bom mesmo, era o tempo em que cumpria todos seus horários com responsabilidades - que nem sempre eram de total agrado - mas que no fim, valeria a pena viver as horas do dia já que tinha a certeza de que no final de tudo teria um momento - mesmo que fosse mínimo - de satisfação.

O desfrutar de poucos minutos que mesmo embriagados no sono que teimava em aumentar a cada segundo, recarregava suas energias e inibia o desânimo que surgia toda vez que deitava-se para dormir e recomeçar sua rotina diária. No fundo, o misto de ansiedade e esperança que no dia seguinte este momento de plenitude voltaria a acontecer embriagava seu coração de coragem.

No entanto, seria extremamente anormal se os acontecimentos fugissem do padrão por muito tempo. Não demorou muito para que sua válvula de escape fosse interrompida e consequentemente, sua disposição para continuar a sua luta diária reduzir a quase nada. Quando se deu conta, tudo estava diferente, tudo estava ao avesso. Bateu o leve arrependimento por ter pensado demais no futuro e ter tido medo de aproveitar o que o presente lhe oferecia naquele instante. Tudo foi muito rápido, passou como um cometa deixando apenas o rastro da saudade.

Desde o começo tentou agir diferente em realação a seu passado. Resolveu seguir conselhos alheios e psicoterapeuticos e ver as coisas com mais crença no lado positivo, que tudo daria certo no final. Mas a pergunta paira no ar :adianta ser otimista ?

Adianta ser otimista se no fim, o fim que chegou sem mandar aviso prévio, a vida mostra outra realidade - a única realidade ?