é, Freud .... !

Dia de festinha infantil familiar.. uma programação que tinha tudo para ser algo chato e/ou sem nenhum tipo de emoção mas confesso que me surpreendi.
Como o de costume me arrumei por gostar de me ver com um visual agradável no espelho, botei roupa nova para tentar sentir algum tipo de renovação interior começando pelo exterior e fui. Chegando la, toda família reunida. Os casos são sempre os mesmos: um primo que naturalmente é o responsável pelas piadas e tirações de onda, uma prima casada e mãe de um ou dois filhos, outra acompanhada do namorado que está ao lado dela ha uns 500 anos, a outra está sozinha mas pelo simples fato do namorado não ter tido uma folga no trabalho para comparecer pessoalmente - já que o telefone dela não pára de tocar e por fim, a prima solteirona (e nisso leia-se: EU). E eu nem preciso falar da tia que nunca se esquece da sua pergunta trági-cômica: "- E o namorado?" e como se não bastasse a tortura psicológica, sempre tem alguém que complementa: "- Mas você, viu?? Fraca demais!"
É, minha gente ... sou fraca demais .. ao extremo do absurdo. Aturar o que eu aturo diariamente, viver com essa maldita nuvem negra da solidão me perseguindo, ver que sou incapaz de vivenciar situações fúteis e banais e mesmo assim, aparentar ser uma pessoa normal sem endoidar é realmente só pra quem for muito do fraco mesmo!
Vez ou outra eu olhava pros lados na esperança de ter algum cara interessante mas parecia mais uma reunião de casais felizes do que aniversário de criança... puta que pariu, a única solteira na festa com mais de 24 anos sou eu? é isso mesmo?! Pior que era.
Sinto uma pressão interna por não estar bombando na night neste exato momento, num show over de gente over e música mais over ainda. Mas é aonde a cidade toda está agora e eu em casa lançando mão de mostrar minha cara num local como esse. Quando penso dessa forma, no que eu iria lucrar indo pruma programação que eu odeio somente por estar na rua, automaticamente a pressão procura um escape e volto ao meu estado normal de sanidade mental.
Já estou tão habituada a ficar só que nem me vejo mais em um relacionamento. É como se todo mundo no planeta tivesse condições de ter ao lado alguem apaixonado, menos eu! Sinceramente não consigo mais imaginar a cena do cara me olhando e falando que me ama! Sabem o que é isso?! Simplesmente não consigo sentir que viverei isso um dia. A única imagem que me vem é da solteirisse cada vez mais intensa já que mesmo encontrando um cara ali ou acolá, continuarei sozinha já que será mais um filho da puta que vai me fazer de idiota e me usar até tirar a última gota de sentimento (de minha parte, é claro).
Minha terapeuta vem me ajudando a descobrir o que me atrai tanto nos canalhas. É como se eu me sentisse à vontade em um território que mais abomino ou seja, quanto mais fujo dos safados mais me aproximo inconscientemente deles por estar habituada a este tipo de comportamento como se fosse o normal e quando o realmente normal me aparece, aí sim eu fujo e coloco logo mil e um obstáculos! Parece que sinto prazer no sofrimento.. Freud já dizia: "é o gozo pela dor" e é bem isso mesmo. Eu me dedico ao extremo em tentar cativar uma pessoa que está literalmente se cagando para a minha existência, alguém totalmente irresponsável em relação a mim e ao que sinto por ele. E quanto mais eu sofrer, mais estarei envolvida nesta situação perdendo meu tempo que poderia estar sendo destinado a alguém que realmente gostasse de mim e facilitasse a minha vida e não a transformasse num inferno.
Em resumo é o seguinte: nasci pra me fuder mesmo ... (pelo menos nas épocas de dor eu perco peso. É a única coisa que me acontece de bom: fico em forma rapidinho!)

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